segunda-feira, 24 de setembro de 2012

- Feliz aquele que transfere o que sabe...

 Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. 
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. 
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. 
É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. 
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

((Cora Coralina))

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

- O Amor é...


O amor é procurar cabelos para completar as mãos, é procurar o que não se viveu para contar. 
É esperar o sol aquecer o lado ileso da cama.
É não apagar direito a ausência, a letra, o cheiro. 
É insistir com respostas sem as perguntas. 
Adiar o amor ainda é cumpri-lo. 
Fingir que não se sente é exercê-lo. 
O amor devora os sobreviventes. 
Não lembra do pente, da navalha, da tesoura de unhas, do jornal, do abajur. 
O amor não lembra do que precisa. 
Amor é não precisar de nada. 
É precisar do que acontece depois do nada, ainda que não aconteça. 
O amor confunde para se chegar ao mistério. 
Embaralha para não se ouvir. 
Perde-se no próprio amor a capacidade de amar. 
Amor é comer a fruta do chão. O chão da fruta. 
O amor queima os papéis, os compromissos, os telefones onde havia nomes. 
O amor não se demora em versos, se demora no assobio do que poderia ser um verso. 
O amor é uma amizade que não foi compreendida, uma lealdade que foi quebrada. 
O amor é um desencontro por dentro.

((Fabrício Carpinejar))

domingo, 9 de setembro de 2012

- Gesso...


Em alguns casos a gente ultrapassa os limites da nossa independência amorosa.
Chegamos até a construir uma muralha para proteger nossos sentimentos. 
Engessamos nosso coração para ninguém o alcançar. 
Não é culpa nossa, não é algo proposital. 
Nossa fortaleza sentimental tem razão de existir. 
Cansamos de abrir os portões pra quem só nos devastou. 
Cansamos de cupidos estúpidos ruins de mira. 
Já mergulhamos demasiadas vezes na angústia do vazio agudo de “perder” quem nunca nos mereceu. 
E reabrir-se requer um difícil aprendizado emocional. Porque ninguém quer colecionar cicatrizes. 
E se eu demorei tanto pra me recompor, se a minha fratura exposta demorou tanto para colar, não quero 
que ninguém tire meu chão e me faça desabar caso um dia mude de ideia e não resolva mais me amar. 
Por isso meu gesso é duro e suas paredes são grossas.
E isso explica a angústia que às vezes nos toma conta quando sentimos que nossa respiração arfa mais forte por alguém. 
A gente se aflige porque sabe que essa é uma decisão que cabe somente a nós mesmas. 
Afinal, a gente pode até não escolher por quem nos apaixonamos, mas temos o exato controle sobre o que fazer com esse sentimento. 
Traumas todas nós temos, e eles são do tamanho das expectativas que depositamos neles. 
A gente é mulher, alimenta esperanças, cria fantasia, e às vezes também confundimos atitudes e nos iludimos. 
Mas acho que chega uma hora em que  temos que criar coragem para tirar o gesso e andar por conta própria. 
Já engessei meu coração várias vezes, mas as cicatrizes que tenho, formam quem eu sou, e é por isso que nunca vou deixar de me jogar quando meu coração mais forte pulsar.

((Lais Montagnana))

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

- Saudades...

Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 
Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 
Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou. 
E esse é o maior dos sofrimentos: 
não ter por quem sentir saudades, 
passar pela vida e não viver. 
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
((Pablo Neruda))


[...] 'Doze anos se passaram, e parece que foi ontem que te perdi.
O calendário pode até marcar doze anos, mas a dor é sempre de hoje.  
Nossa, e como dói!
Impossível não sentir sua falta...
Em todo tempo me pego sonhando, como seria se você estivesse aqui comigo hoje, agora, pra sempre!?
Meu luto pela falta da sua presença, será eterno.
Eu te amo mais que tudo.
Ontem, hoje, eternamente' [...]

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

- Tem Gente...



Tem gente que é diferente, que tem luz, que tem brilho, que tem sol, lua e estrelas por dentro... 
Tem gente que tem uma janela de onde se pode contemplar o infinito... 
Tem gente que tem perfume de flor, palavras em versos, sentimentos diversos...
Tem gente que tem simplicidade, magia e transforma tudo em alegria...
Tem gente que nem sabemos porque, mas queremos estar perto, estar colado, mesmo estando calado...
Tem gente que apenas por nos cercar, nos faz querer melhorar e apenas em existir nos faz refletir...

(Ana Paula Moraes))

terça-feira, 4 de setembro de 2012

- Unilateral...


Tudo um dia tem fim. Tudo na vida tem volta. 
Tranqüilo você pode ficar, riscos de amar sem ser amado, você não há de correr não. 
Amor de verdade você não sabe diferenciar. Dizer que vou ser feliz agora? Quem sabe? 
Dizer que você vai se dar bem? Tomara! 
Aprendizados são pra vida toda, mas amor unilateral na vida da gente uma só vez é suficiente.

((Tati Bernardi))