terça-feira, 30 de abril de 2013

- O Sonho Real.



Acordei com aquela sensação será-que-foi-sonho-ou-realidade? Então, percebi que foi só um sonho. Nele, estávamos próximos. Perto como nunca estivemos. É engraçado o que o tempo faz. Uma pessoa em um dia é muito importante para você. Alguns meses depois ela se torna praticamente uma desconhecida. Alguém que você encontra e busca formalidades no fundo do baú, pois não consegue ser simples, natural, autêntica.

Acho injusta essa parte da vida. Alguém que invadiu seus sentimentos, seus desejos e sua vida não pode se transformar em uma pessoa que você não tem a menor intimidade. Hoje, analisando, percebo que sou muito mais natural com a mocinha loira e querida da padaria que freqüento em média duas vezes por semana do que com você. Isso deve significar alguma coisa.

No sonho, você estava bem, apesar do olhar taciturno. Acho que no fundo você sempre foi triste. Eu percebia uma solidão no canto do seu olhar. Na verdade, seu olhar pedia por socorro. Acho que algumas pessoas são assim. E também acho que ninguém cruza nosso caminho por acaso.
As pessoas certas aparecem em nossas vidas. Para que a gente aprenda, para que a gente cresça, para que a gente ensine. É uma troca bonita e enriquecedora. Preciso confessar a quantidade de coisas que aprendi com você. Sem falar na quantidade de coisas que aprendi sobre mim.

Eu tinha um amor grande para dar para você. Um amor que você recusou. Um amor que você não quis segurar ou sentir. Você cruzou os braços para o meu sentimento, deu de ombros, não aceitou o que eu quis te oferecer. Fiquei perdida no meio de tantas emoções.

Por que uma pessoa entra na nossa vida, causa tamanha bagunça e vai embora? Você chegou de mansinho, me desestruturou, balançou tudo dentro de mim e partiu. Antes, fez algumas juras de amor. Eu, boba, acreditei. Acho que em matéria de sentimento a gente nunca aprende. E repete de ano sempre. Já tive aula particular, estudei noites e noites e nada adiantou. Não consigo aprender.

Já levei muito na cabeça. E já feriram muito meu coração. Apesar disso, não me fecho, não me oponho, não deixo de me entregar. Acho que a gente deve ir, não ficar. Quem não vai não sente. Quem não vai não vive. É por isso que, retalhada, remendada e costurada, sigo. Mesmo que doa.

- Clarissa Corrêa.

domingo, 28 de abril de 2013

- Entre sins e Nãos.



Eu acredito que é importante a gente aprender a dizer não. Toda a minha vida eu disse sim. Sim, eu faço. Sim, eu cuido. Sim, eu assumo. Sim, eu me rendo. Sim, eu aceito essa pizza. Sim, eu levo. Sim, eu busco. E isso só me fez mal. Já fui usada, já fui traída, já fui negada, já fui rejeitada, já fui humilhada. Já fui um pouco de tudo.

Ninguém tem o direito de invadir a nossa vida. Apontar o dedo na nossa cara. Dizer o que devemos fazer. Pedir coisas, exigir outras tantas. Ninguém pode nos dominar, nos possuir, nos esgotar. É injusto. Mas a justiça, ou melhor, o senso de justiça, o quero-ou-não-quero quem define somos nós.

Eu aceito que você faça isso, eu não aceito que você faça aquilo. Crianças, por exemplo. Tem muita criança que faz birra, se joga no chão, grita e diz eu-quero-me-dá. Nunca fui assim, pois meus pais não me educaram dessa maneira. Acho um absurdo criança que dá um tapa na cara do pai ou da mãe. Acho um absurdo maior o pai ou a mãe que aceitam esse comportamento e dizem ah-de-vez-em-quando-ele-fica-nervoso. Ah-ele-tá-com-sono. Não gosto. Tudo tem limite. Até o amor.

O amor vai até onde a gente aguenta. Até onde o nosso sim resiste e permite. Hoje eu não aceito muitas coisas. Digo não no trabalho, digo não na família, digo não na amizade, digo não no amor. E não sou mais ou menos legal por isso. E não amo mais ou menos por isso. A gente tem que estar bem certo daquilo que quer ou não quer. Do que faz bem ou não faz. Antes, eu preferia ver o outro bem do que ficar bem. Agora eu quero pensar nas coisas que realmente me fazem bem.

Hoje eu quero estar rodeada de sins. Mesmo que pra isso eu precise dizer muitos nãos.




- Clarissa Corrêa. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

- Veja só...


Veja só quantas feridas você me deixou. 
Quantos traumas, quantas aversões, quantos medos, tantas inseguranças. 
Você foi embora levando o que tinha de mais belo em mim. 
Minha pureza, meus sonhos, meu desejo de amar. 
Me deixou fria, seca, rude, infléxivel. 
Sabe, eu tenho um imenso medo de amar. 
Tenho medo de me entregar, de reciprocidade. 
Quando um novo cara tentar chegar perto do meu coração eu rapidamente reajo. 
Me faço de bruta, mudo totalmente meu jeito, tudo isso pelo medo de novamente partirem meu coração em mil pedaçinhos. 
E se por acaso eu deixo o cara tentar me conquistar logo vem as incertezas. 
Para mim todos são iguais a você. 
Todos parecem querer brincar com meu coração, querer me deixar novamente na fossa. 
Eu criei muralhas o meu redor. 
Eu tranquei meu coração a sete chaves e mesmo assim essa dor ainda restou. 
Mas cara, não pense que vai ser sempre assim. 
Um dia eu encontrarei alguém que vai derrubar essa muralha, encontrar todas as chaves, derreter meu coração e finalmente, me salvar de mim mesma.


 - Ana Eliza

quarta-feira, 10 de abril de 2013

- Seja Mais Você.


Pare de se humilhar, de correr atrás, de se preocupar com quem não ta nem aí para você. 
Coloque na sua mente que você não precisa de ninguém que não goste, não corresponde você. 
Sua felicidade não depende dos outros, depende somente de você. 
Chega de tentar agradar a todos, não mude seu jeito só porque alguém não gostou de você, na hora em que você menos esperar vai aparecer alguém de verdade que vai gostar e te aceitar assim, bem do jeito que você é. 
Seja mais você, preocupe-se mais com você, ame mais você, cuide mais de você, dedique-se mais a você, aceite você. 
Não aceite migalhas, você não é formiga, é um ser-humano.  
Acredite, você é uma pessoa especial e merecer ser valorizada, e a primeira pessoa a fazer isso é você mesmo. 
Valorize-se! 

— Bárbara Flores.


**Para meu amigo, Lucas.**

sábado, 6 de abril de 2013

- Encerrando Capítulos.


Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. 
Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. 
As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. 
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. 
Encerrando ciclos. 
Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. 
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. 
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. 

— Fernando Pessoa.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

- Não Guardar É A Ordem…


(…) Não consigo deixar pra depois uma coisa entalada, não espero a hora certa, nunca sei quando é um bom momento. Acho que a vida é muito breve pra deixar pra amanhã um pedido de desculpa, um abraço, um eu te amo, uma risada solta, uma calça apertada. Não vale a pena tentar afogar emoções que querem sair nadando por aí.
A verdade é que eu não sei guardar meus sentimentos e sensações dentro do bolso e viver como se nada estivesse acontecendo. Não consigo disfarçar, tampouco fingir que não ligo. Acho que a gente deve minimizar a chance do arrependimento, por isso falo que amo, falo que fiquei puta, falo que quero, falo que não gosto, eu falo.
Não acho que tudo deva ser dito. Mas acredito que certas coisas não podem passar em branco, elas precisam de um espaço no mundo e esse espaço só surge através da fala, da escrita, do ato de colocar pra fora. Tem coisas que não podem ficar guardadas, elas nasceram para deixar o mundo mais humano.
Prefiro não guardar o que sinto pra não me arrepender. Eu não quero me arrepender das coisas. É claro que não concordo com tudo que fiz e vivi, é lógico que tenho coisas que prefiro deixar num canto qualquer, mas eu não quero me arrepender, não quero aquela ânsia de vômito, aquele enjoo chato que acontece quando a gente come o que não faz bem. Prefiro vomitar tudo, por mais nojento que seja.
Não guardo mágoa, rancor, nojo. Um sentimento guardado vai criando uma bola dentro do corpo. E ela vai aumentando com o tempo. Se torna dura, estranha, sombria. Essas coisas dão câncer. Ressentimento estraga a gente. O corpo e a alma. Tira o brilho dos olhos, dá um tom triste, acaba com tudo.
Existem jeitos e jeitos de dizer as coisas. Não dá pra abrir a boca e despejar palavras. Elas precisam se alinhar, uma tem que segurar a mão da outra, fazer um carinho, prestar atenção, conversar. Elas precisam dançar e sair da boca com leveza. Dizer tudo que pensa de uma forma agressiva não é motivo de orgulho. Acho, inclusive, vergonhoso. Sinceridade não é grosseria, muito menos falta de educação. Sinceridade é ser fiel ao que você sente e passar isso para o outro da melhor e mais bonita forma possível. Caso a emoção seja violenta, sinceridade é ser fiel ao que você sente e passar isso para o outro sem a intenção de magoar ou ferir. Sinceridade não é dizer o que pensa, mas cantar o que sente. Simples assim.

- Clarissa Côrrea.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

- Aprendizado...


As vezes, criamos pessoas em nossas mentes, construímos sonhos em cima de palavras, que o vento leva. 
Mas quem é o culpado? Quem fala ou quem ouve? Ou será que não existe culpado? 
Nessa vida louca, quando pensamos que nossa vida está calma, acontece um maremoto, e tudo vai a deriva. 
Não há culpados, é só a vida se materializando, são os encontros e desencontros. 
Temos que aceitar quando um tripulante resolve sair antes do término da viajem, sem dizer adeus, sem dizer sequer uma palavra, é difícil. 
Mas, cada um faz o que pensa ser o melhor. 
O que é nosso nunca se vai, por mais que queira, sempre estará presente. 
Se for, na hora certa voltará, e se não voltar, é porque não era nosso. 
Melhor assim. 
Doer, dói, mas somente uma vez. 
E nada melhor que o tempo para nos mostrar o melhor caminho. 
E isso não é frieza, é maturidade. 
Nada dura para sempre, nem as dores, nem as alegrias. 
Tudo na vida é um aprendizado, tudo na vida se supera.

- Caio Fernando Abreu.