domingo, 19 de janeiro de 2014

- Não devo nada...


Sonhei com você

E acordei com uma saudade boa
O que eu vou fazer
Se eu não consigo amar outra pessoa
Deixa esse medo pra lá
Melhor sorrir
Lá fora o tempo voa
Eu não devo nada a ninguém
E nem quero o que não é meu
O que eu posso te oferecer
É a voz que Deus me deu
Me deixa falar de amor
De um jeito que só eu sei
Só quero te fazer feliz
Só quero ficar com você
Pra que fugir
Tentar me encontrar nas mãos de outra pessoa
Porque não desistir
E para de enganar seu coração atoa
Deixa esse medo pra lá
Melhor sorrir
Lá fora o tempo voa...♫'



- Onze 20.


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

- Passado...

Adoro a frase "quem vive de passado é museu". Assino embaixo. Foi-se. Escafedeu-se. Acabou-se. Terminou. Já era. Babaus. Foi pro beleléu. Mas o passado é importante. Demais. Por isso diversas pessoas têm dificuldade em lidar com ele, entender, aceitar e deixar no lugar que pertence: lá atrás. O passado reúne sentimentos, emoções, traumas, sonhos, fantasias, aprendizados, sensações, conhecimentos, experiências, amores, desilusões, ilusões, decepções. No passado erramos e acertamos. Vivemos. Esquecemos. Erramos de novo. Entendemos. Aceitamos. Nos resignamos. Superamos. O passado pode ter sido bom ou muito ruim. No passado ficaram momentos legais e cretinos demais. Lá no passado ficaram pessoas, lugares, fotografias, jornais, revistas, amigos. Datas marcantes e sujeitos significantes. O passado é pra ser recordado e não revivido. Não dá pra ficar na janela retrocedendo a fita de nossas vidas. Revendo sempre o mesmo filme. Olhando sempre os mesmos negativos. O que passou é fundamental, o que vivemos é imprescindível e o que virá é o que nos enche de esperança e fé. Podemos levar os amigos e amores do passado para o futuro. Ou não. Nem tudo que estava presente em nossas vidas no começo pode ser mantido até o fim. A vida é cíclica. Dá voltas. Reviravoltas. Giros. Piruetas. Cambalhotas. Rodopios. O passado é pra ser brindado. Vamos brindar aos erros e acertos do que já se foi. Mas vamos manter o foco no hoje e agora...olhando para a frente, sempre!

- Clarissa Corrêa.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

- Espinhos.

Hoje eu percebi que não dá para salvar o mundo, estou desbotada de tentativas. O engraçado é que a maioria das pessoas só reparam nos problemas quando alguém evidencia. E esse alguém tem que ter coragem para isso, e mesmo assim percebi o tamanho do erro.
Penso que o mundo está do jeito que está- largado as traças -, largado a nós pelo simples fato de ninguém se importar com nada além do próprio umbigo. A injustiça maior ocorre quando apenas uma pessoa quer reparar o que não está certo e todo o resto acha mais interessante culpá-la pelo buraco na camada de ozônio. 
Não sei se tenho mais dó de mim por ainda ter esperança ou das outras pessoas por terem se perdido dela. Não dá para fazer as coisas ficarem melhores quando ninguém entende o que isso significa. Melhorar não dói, no entanto parece desaforo para tudo que somos.

- Luara Quaresma

sábado, 11 de janeiro de 2014

- E quando...

E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até eu nem queira mais te atender. E se você bater na minha porta ela estará muito trancada, se aberta, mostrará uma casa vazia. Seus olhos te ensinarão o que é lagrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjoo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com meus olhos encantados… Você encontrará a famosa solidão, a partir daí o que acontecerá, chama-se surpresa. E provavelmente o remédio para todas essas sensações acima, é o tal do tempo em que você tanto falava.

- Tati Bernardi.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

- Manias e verdades...

Tenho uma mania de achar que nada acontece por acaso. Talvez isso ainda me deixe louca, já que vivo esperando sinais. Não sei se você está me entendendo, é mesmo meio difícil de explicar, mas volta e meia penso assim puxa, será que isso vai mesmo dar certo? Se for pra dar, vai acontecer tal coisa e se acontecer tal coisa é porque é pra ser. Tá, eu sei que é coisa de gente doida, mas eu nunca disse que era totalmente certa.
Quer saber? Até acho que um pouco de doideira faz bem. Não dá pra ser muito certinho, viver de uma forma muito correta, fazendo o bêabá do jeito que todo mundo disse. Eu sei o que quero pra mim. Além de brigar pelas coisas que quero, também tenho um pouco de sorte. Sei que sim. Sorte por ter no meu caminho pessoas que me dão apoio e estrutura. Porque a gente precisa disso quando o mundo tá desmanchando feito desenho na chuva.
Acho que as pessoas surgem na vida da gente por algum motivo. Algumas nos ensinam, outras aprendem. É uma via de mão dupla. E penso o seguinte: se alguém aparece na minha vida e eu posso ajudar, ajudo. Acho que é obrigação. Não sou de desperdiçar oportunidades, talvez porque já tenha desperdiçado um punhado delas no passado. Hoje em dia o que aparece na minha frente eu agarro. Acho que se a gente tem condição de fazer algo não tem porque não fazer. É meu dever, entende? Não dá pra ficar parado vendo as coisas acontecerem, tem que agir.
O mundo e as pessoas mudam muito rápido. Hoje quem você ama está aqui, amanhã pode não estar. Hoje você tem um emprego, amanhã pode não ter. Hoje você dormiu com a frase entalada na garganta, amanhã o dia nasce de outro jeito, com outra cara e a frase pode ficar perdida no meio do nada. Ou pode ser tarde demais.
Acredito que todo mundo tem um poder. E a gente pode, sim, mudar as coisas. Me chame de idealista. De sonhadora. E de romântica. Sou tudo isso. Mas ainda acredito nas pessoas e nas mudanças. E toda mudança começa no fundinho de cada pessoa que quer realmente fazer alguma diferença.

- Clarissa Corrêa.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

- Eu me torno...

Eu me torno emocionalmente saudável quando consigo desconstruir todas as tolices sobre amores salva-vidas e jogar a ideia surreal do príncipe encantado no lixo. Eu me torno emocionalmente saudável quando acredito que namorar deve ser leve mesmo quando intenso, e divertido mesmo quando há um sério comprometimento. Eu me torno emocionalmente saudável quando o que me ocupa é a minha vida e não a reação que tenho ao comportamento alheio. Eu me torno emocionalmente saudável quando percebo que determinada história não me abrange, me deixa inadequada, fere a minha autoestima e sinto que isto é o suficiente para eu tentar ser feliz e me abrir para outras possibilidades. Eu me torno emocionalmente saudável quando escolho os meus parceiros pelo que me agregam de luz e crescimento, não pelo desafio que me trazem quando se mostram emocionalmente indisponíveis ou abertos para viverem outras relações que não a nossa. Eu me torno emocionalmente saudável quando me permito ficar sozinha até atrair um alguém que esteja disposto a trocar, desbravar paisagens juntos, que esteja inteiro no lugar que escolheu. Eu me torno emocionalmente saudável quando, estar ou não estar com alguém sexo-afetivamente, não se torna a prioridade da minha vida, mas somente um dos meus desejos. Eu me torno emocionalmente saudável quando aprendo a dar nome aos meus sentimentos: e não confundo posse com excitação, dependência com paixão, rejeição com confusão alheia... 
Eu me torno emocionalmente saudável quando dou amor, não carência.
Livrai-me do que desbota a minha lucidez e da alienação de achar que a felicidade está no Outro e não em mim. Que seja assim.

- Marla de Queiroz.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

- Deixa...

A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curto, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.

- Caio Fernando Abreu.

sábado, 4 de janeiro de 2014

- Amar não...


Esquece. Não vou atrás de ninguém. Não mais. Ontem eu quis desesperadamente a sua companhia lá naquele banco da praça, quis ficar ali com você a noite toda se pudesse. E quando fui embora pensei em te ligar, dizer pra voltar amanhã, vir me fazer sorrir. Mas não. Hoje eu acordei e pensei que seria melhor não, eu não quero me apegar em ninguém, não quero precisar de ninguém. Quero seguir livre, entende? Mesmo que isso me faça falta, alguém pra me prender um pouquinho. Vou me esquivar de todo sentimento bom que eu venha a sentir, não levar nada a sério mesmo. Ficar perto, abraçar de vez enquando, sentir saudade, gostar um pouquinho. Mas amar não, amar nunca.

- Caio Fernando Abreu.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

- Quando tá tudo indo bem...

Quando tá tudo indo bem, eu sempre tenho a sensação de que alguma coisa, no fundo, tá muito errada. Sei lá, é como se um relacionamento saudável fosse impossível no meio dessa merda toda, e quando eu não posso ver os erros, eu fico com essa certeza de que estou sendo enganada. E fico procurando, investigando, revirando o mundo pra encontrar os vacilos, mentiras, motivos pra terminar. Percebe a loucura? É como se ninguém pudesse me amar e ponto, de tanto colarem o adesivo de ‘trouxa’ na minha testa, qualquer carinho me parece suspeito. Percebe a tortura? Fico oscilando entre confiar e desconfiar, querendo viver uma história leve e sempre me afundando nas minhas neuroses e cicatrizes. E homem nenhum aguenta isso, homem nenhum percorre meu labirinto até o fim. Mas como eu poderia me entregar, sem antes saber se posso ir inteira? Como posso confiar de novo, sem saber se vai ser realmente diferente? Quero alguém que rompa meus lacres, não que me lacre mais! E sigo estragando tudo, só pra não ficar pior depois. Quando eles finalmente se cansam e caem fora porque eu sou louca de pedra, eu fico satisfeita. Volto pra fossa por um tempo, sem mistérios, já conheço bem o lugar e a porta de saída. E penso: “Viu, sabia que eu tava certa”."
- Tati Bernardi. 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

- O Adeus...

O adeus tem muitas faces: da dor, do alívio, da desistência convicta, da insistência cansada. 
O adeus tem as nuances das possibilidades seguintes: reais e inventadas. Ele pretende a distância do que foi sem acontecer. Ele desmascara a aparência do que era essencial sem necessariamente ser. 
O adeus tem o aceno esperançoso ou o virar as costas sem olhar pra trás. Ele tenta desfazer uma chama que já não aquecia mais.
Que as despedidas nos recomecem.

- Marla de Queiroz.