domingo, 28 de abril de 2013

- Entre sins e Nãos.



Eu acredito que é importante a gente aprender a dizer não. Toda a minha vida eu disse sim. Sim, eu faço. Sim, eu cuido. Sim, eu assumo. Sim, eu me rendo. Sim, eu aceito essa pizza. Sim, eu levo. Sim, eu busco. E isso só me fez mal. Já fui usada, já fui traída, já fui negada, já fui rejeitada, já fui humilhada. Já fui um pouco de tudo.

Ninguém tem o direito de invadir a nossa vida. Apontar o dedo na nossa cara. Dizer o que devemos fazer. Pedir coisas, exigir outras tantas. Ninguém pode nos dominar, nos possuir, nos esgotar. É injusto. Mas a justiça, ou melhor, o senso de justiça, o quero-ou-não-quero quem define somos nós.

Eu aceito que você faça isso, eu não aceito que você faça aquilo. Crianças, por exemplo. Tem muita criança que faz birra, se joga no chão, grita e diz eu-quero-me-dá. Nunca fui assim, pois meus pais não me educaram dessa maneira. Acho um absurdo criança que dá um tapa na cara do pai ou da mãe. Acho um absurdo maior o pai ou a mãe que aceitam esse comportamento e dizem ah-de-vez-em-quando-ele-fica-nervoso. Ah-ele-tá-com-sono. Não gosto. Tudo tem limite. Até o amor.

O amor vai até onde a gente aguenta. Até onde o nosso sim resiste e permite. Hoje eu não aceito muitas coisas. Digo não no trabalho, digo não na família, digo não na amizade, digo não no amor. E não sou mais ou menos legal por isso. E não amo mais ou menos por isso. A gente tem que estar bem certo daquilo que quer ou não quer. Do que faz bem ou não faz. Antes, eu preferia ver o outro bem do que ficar bem. Agora eu quero pensar nas coisas que realmente me fazem bem.

Hoje eu quero estar rodeada de sins. Mesmo que pra isso eu precise dizer muitos nãos.




- Clarissa Corrêa. 

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